Maior projeto de produção de hidrogênio verde é aprovado com R$ 17,6 bilhões em investimento

O Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) aprovou o maior projeto de produção de hidrogênio verde em larga escala do Brasil. O empreendimento, liderado pela Brasil Fortescue Sustainable Industries Ltda, será instalado na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Pecém, no Ceará, e prevê um investimento de R$ 17,6 bilhões. O projeto terá capacidade inicial de produção de 1,2 gigawatts (GW) por ano, com possibilidade de expansão para 2,1 GW em uma segunda fase.

A iniciativa faz parte do plano estratégico para criar um hub de hidrogênio verde no Ceará, posicionando o estado como um dos principais centros de produção do combustível limpo no Brasil. O hidrogênio verde, produzido a partir de fontes renováveis como a energia solar e eólica, é visto como fundamental para a transição energética global e para a descarbonização da economia.

Importância para a Transição Energética

O projeto é considerado estratégico para a transição energética do Brasil e faz parte da “Missão 5” da Nova Indústria Brasil (NIB), que visa promover a bioeconomia, a descarbonização e a segurança energética. O hidrogênio verde se destaca por ser produzido sem a emissão de carbono, utilizando recursos naturais abundantes no Ceará, como a energia solar e eólica.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou a importância do projeto, afirmando que o Brasil tem o potencial de se tornar um grande protagonista na transformação ecológica global. “A ZPE de Pecém se torna um símbolo dessa nova era, onde a indústria e a preservação do meio ambiente caminham juntas”, declarou Alckmin durante a aprovação do projeto.

Geração de Empregos e Pesquisa

A previsão é que o projeto gere mais de 9 mil empregos diretos e indiretos durante as fases de implementação e operação. A construção das instalações está programada para começar ainda em outubro de 2024, e a operação deve iniciar em agosto de 2028.

Além disso, o projeto também prevê investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), com a obrigatoriedade de utilizar bens e serviços de origem nacional. Esses investimentos devem beneficiar o Centro de Inovação e Pesquisa do Complexo do Pecém, além de fomentar a criação de cursos especializados em hidrogênio verde no Instituto Federal do Ceará (IFCE) e no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em Fortaleza.

Outras ZPEs Aprovadas

Além do projeto em Pecém, o CZPE aprovou mais três projetos industriais em outras ZPEs:

  • ZPE de Bacabeira (MA): Um projeto de refinaria modular com foco na produção de combustíveis renováveis e tradicionais, com um investimento de R$ 8 bilhões e a criação de 2.300 postos de trabalho.
  • ZPE de Cáceres (MT): Um empreendimento de fabricação de madeira de teca, com um investimento de R$ 24 milhões e a geração de 140 empregos diretos.
  • ZPE de Parnaíba (PI): Um projeto de produção de féculas e amidos vegetais, voltado para exportação, que deve gerar 40 empregos diretos e 500 indiretos, com investimento previsto de R$ 40 milhões.

O que são ZPEs?

As Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) são áreas incentivadas pelo governo para promover a exportação, a difusão tecnológica e a redução de desequilíbrios regionais. Empresas instaladas nessas áreas têm acesso a benefícios fiscais e aduaneiros, como isenção de impostos sobre importação de insumos e máquinas, além de alíquotas reduzidas para produtos destinados à exportação.

Conclusão

Com o maior projeto de hidrogênio verde do Brasil aprovado e previsto para ser construído em Pecém, o país se posiciona como um importante player na produção de energia limpa e renovável. A combinação de recursos naturais abundantes, como sol e vento, com investimentos maciços em tecnologia e infraestrutura, coloca o Brasil na vanguarda da transição energética global.

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